Relação com a Família e Apoios Institucionais

5.1. Relação com a família
5.1.1. Pais
Quando os pais descobrem que um filho sofre desta perturbação (Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção, PHDA ou sofram de DDAH) é difícil e embora cada pai e mãe reaja de maneiras diferentes a notícia apresentada, uma das questões que lhe passa pela cabeça é “como é que posso ajudar o meu filho?”.
5.1.1.1 Os Pais e o Ambiente
O ambiente em que uma criança se desenvolve é muito importante, para tal é importante que os pais criem um bom ambiente. Uma das coisas que podem fazer para tornarem o ambiente melhor é o facto de os pais trabalharem juntos no “combate” da doença, é mais fácil para os pais se não estiverem sempre em desacordo, assim podem ajudar-se mutuamente e criam um melhor ambiente para o seu filho se desenvolver.
Um outro aspecto que ajuda é o facto de os pais deixarem de se sentirem culpados com a situação e a encararem, embora seja difícil, devem procurar o máximo de informação possível sobre o a PHDA e procurar a ajuda de especialistas, de modo a saberem qual a melhor estratégia para aquela determinada criança, aceitando opiniões sem nunca esquecer que a última palavra é de ambos os pais.
Para além disso os pais podem ajudar melhor os seus filhos senão se esquecerem que eles também têm necessidades de forma a estarem no seu melhor de modo a enfrentarem melhor a doença.
5.1.1.2. Os Pais e a Criança
5.1.1.2.1. Explicar à criança
Normalmente os médicos explicam à criança a condição que esta tem, contudo os pais devem estar à vontade de falar com a criança sobre o PHDA, onde devem ser honestos e claros sempre que possível com a criança sobre o PHDA e nos tratamentos a utilizar, embora haja factores que condicionam a quantidade e o tipo de informação que é fornecida à criança por exemplo vai depender da sua idade, da sua situação, do à vontade dos pais, entre outros, por isso as informações e explicações devem ser no nível e tempo certos.
Os pais devem relembrar os seus filhos das suas qualidades, que da sua inteligência e que o cérebro deles permite-lhes fazer grandes coisas embora nem sempre “está a funcionar bem”, devem enfatizar que as crianças não são lentas nem retardadas apenas significa que tem dificuldades e que para serem superadas a informação tem que ser dada mais devagar. Fale com o seu filho de possíveis aspectos positivos que a perturbação possa ter, dando exemplo de que muitas crianças e adultos, com PHDA, estão bem na vida e que usaram as características da perturbação em seu favor. Relembrar os filhos que não são os únicos a ter esta doença e que existem várias outras pessoas na mesma situação.
Para além do já referido existem outras analogias que podem ser utilizadas:
 A comparação “short-sightedeness”: os pais aos filhos podem explicar que por exemplo, pessoas cujos olhos “não funcionam bem” necessitam de óculos para “funcionar bem” tal como o cérebro deles é (como os olhos “não funcionam bem”) necessita da medicação (“óculos do cérebro”).
 O motor do carro com a vela de ignição mal colocada: esta analogia é muito utilizada em rapazes o que lhes permite associar que se o motor não funciona correctamente há que se colocar a vela correctamente e o mesmo com eles e com o seu cérebro.
 Vírus nos computadores: um vírus interfere com o funcionar do computador tal como a perturbação interfere com a criança.
 Um rádio mal sintonizado: a música não se consegue compreender e é necessário sintonizá-lo.
 Um carro sem travões


5.1.1.2.2. Lidar com o dia-a-dia: Conselhos e estratégias

Para além do que já se referiu os pais devem enfrentar um dia de cada vez aceitando que a criança sofre da perturbação e fazer as mudanças necessárias para a ajudar. Agora vamos falar algumas estratégias e concelhos que podem ser aplicados no dia-a-dia, atenção que cada criança é diferente e as estratégias que são úteis numa não o são na outra, no entanto aqui ficam estratégias e concelhos gerais que podem ser usados:
 Lembrar que existem e vão existir dias bons e maus, mas que a culpa não é dos pais ou da criança;
 É essencial ter regras e limites firmes;
 Ter uma rotina, de preferência simples, ajuda a por menos pressão na memória da criança e a estruturar a sua vida, mas como já foi mencionado em alguns casos pode ter outro efeito;
 Fazer um pedido, dar uma ordem ou instrução um de cada vez e de forma clara;
 Disciplinar o tom de voz torná-lo menos emotivo
 Elogiar o bom comportamento (reforço positivo)
 Não perguntar por que é que a criança fez aquilo
 No caso da aplicação de um castigo, fale com a criança de forma calma e objectiva e explique-lhe o porquê
 Evitar o castigo físico (agrava a situação e favorece a baixa auto-estima).
 Evitar discutir com a criança
 Prestar atenção à criança
 Não ignorar o comportamento difícil
 Se a criança for realizar uma tarefa que necessite concentração, devem ser eliminados todos os estímulos externos, visuais ou auditivos que a possam distrair.
 Organização do estudo da criança onde esta deve estudar por breves períodos de tempo
 Supervisione regularmente o adolescente/criança
 Os pais se sentirem necessidade devem participar em grupos de terapia onde estão outros pais com crianças em situação semelhante

5.1.2. Outros Familiares
Explicar a outros familiares que a criança sofre PHDA é complicado, por isso os pais têm de ver qual a melhor forma de contar tendo em conta o familiar em questão. Os pais não devem ficar surpresos ou sem coragem se alguns se manifestarem cépticos ou estiverem em desacordo com a explicação que lhes estiverem a dar, pois na maior parte das vezes vão aceitando à medida que o tempo passa e vêem melhoras. No entanto, é importante frisar o cuidado que se deve ter ao explicar de modo a evitar mal-entendidos. O PHDA afecta todos os membros da família. Criando um ambiente amigável para a pessoa com PHDA, os pais, avós, irmãos e outros parentes podem minimizar os efeitos do PHDA na família.

5.1.2.1. Irmãos
Os irmãos das crianças sofrem frequentemente, directamente ou indirectamente, quando o irmão ou irmã sofre desta perturbação. Um dos factores é o facto de se terem que aplicar estratégias num irmão com défice de atenção que no outro não se aplica, o que pode causar como que um fosso entre as dois irmãos, em que sentem que são postos de parte pelos pais que dão mais atenção ao outro irmão, o que sofre de PHDA. Para evitar esta situação os pais devem explicar ao seu filho que o irmão deste sofre de uma doença e que precisa de determinados cuidados, sempre assegurando que também lhe dão atenção e que gostam dos dois da mesma forma, podem também levar o irmão a uma consulta do irmão com défice para que este fique a perceber melhor o que se passa com o irmão.
5.1.2.2. Avós
Podem ter dificuldade em aceitar os conceitos de PHDA, mas é importante darem o seu apoio à família e evitarem fazerem com que os pais se sentiam culpados e evitarem porem o neto de parte por ele ser como é, tentarem aceitar que este tem uma condição específica. Em alguns casos leva algum tempo para os avós verem melhoramentos e aceitarem o diagnóstico. Por outro lado em alguns casos as crianças com PHDA comportam-se melhor quando se encontram junto dos avós.
Em suma, os avós devem ajudar o neto durante o seu desenvolvimento, aceitando o diagnóstico e aprendendo a viver com ele.
5.1.3 Conclusão relação com a família
Concluindo “O PHDA afecta todos os membros da família. Criando um ambiente amigável para a pessoa com PHDA, os pais, avós, irmãos e outros parentes podem minimizar os efeitos do PHDA na família”.

5.2. Apoios Institucionais
5.2.1. Associação Portuguesa da Criança Hiperactiva
A Associação Portuguesa da Criança Hiperactiva (APCH) é uma organização sem fins lucrativos que nasceu com objectivo apoiar crianças com (PHDA), Pais e Professores, de forma a poder intervir nos vários contextos onde a criança se desenvolve e se encontra inserida.
A APCH realizou o projecto “Estar atento é crescer melhor” que tinha como objectivo sensibilizar e ajudar a comunidade escolar de modo a contribuir para o sucesso escolar das crianças com défice de atenção/hiperactividade com a colaboração de especialistas.
A APCH está envolvida em campanhas de sensibilização como por exemplo juntamente com as farmácias portuguesas

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