Como devem os professores lidar com alunos com PDAH e que apoios devem ter a escola

A Desordem por Défice de Atenção com Hiperactividade (DDAH) é uma perturbação que se caracteriza por défice de atenção/concentração, impulsividade e/ou hiperactividade/actividade motor excessiva. Esta torna-se aparente nas crianças em idade pré-escolar e ensino primário. Embora a Escola Secundária de Miraflores não lide com estes anos, terá que ocorrer uma preparação dos professores, de modo a conseguir ajudar os alunos em causa.
Muitas das crianças com DDAH apresentam dificuldades a nível da leitura, ortografia, escrita, matemática e linguagem devido aos seus problemas de atenção, memória e escasso controlo dos impulsos.
O défice de atenção implica uma dificuldade em seleccionar os estímulos de forma dita adequada. Quando a informação chega a estes alunos, eles fixam-se em detalhes mínimos e não são capazes de apreender a ideia geral. Também se cansam facilmente em trabalhos que exijam a sua concentração.
A maioria destes alunos tem dificuldades em recordar instruções e em reter informação sequencial, bem como em reter vários tipos de informação ao mesmo tempo. Como por exemplo, se não formos capazes de representar mentalmente vários números, não é muito fácil executar cálculos mentais.
Estes alunos podem apresentar, então, dificuldades de aprendizagem, baixa auto estima, problemas emocionais, problemas de comportamento e de personalidade, e dificuldades nas relações familiares e sociais.
Assim, para que estes alunos tenham o máximo de rendimento, há que fazer algumas adaptações na sala de aula de modo a proporcionar o melhor ambiente ao aluno com DDAH.
As crianças com perturbações nestas áreas funcionam melhor se o ambiente for previsível, se respeitar rotinas facilmente compreendidas pela criança e se induzir sentimentos de conforto, de estabilidade e de segurança, isto é, se for um ambiente bem estruturado.
Os alunos com DDAH trabalham melhor numa atmosfera tranquila, quando recebem atenção individualizada e estão inseridos numa turma pequena.
O melhor local para sentar o aluno é colocá-lo nas primeiras filas, junto a alunos tranquilos, próximo do professor, sem grandes fontes de distracção. Para isso também ajuda manter a área de trabalho livre de material desnecessário e desaconselhar estojos muito sofisticados. Poderá ser necessário criar na sala de aula um lugar tranquilo com poucos estímulos para que o aluno se acalme ou possa elaborar trabalhos que exijam mais concentração.
Estes alunos necessitam de um conjunto de regras claramente enunciadas e recordadas regularmente, bem como de rotinas. Os alunos com DDAH não encaram com facilidade os imprevistos, devendo o dia ser planeado.
As tarefas complexas ou longas devem ser divididas em pequenas partes, para que o aluno possa distribuir o tempo pela tarefa que tem, estabelecendo uma ordem de prioridade.
Quando o aluno tem dificuldades em terminar tarefas, pode-se adoptar por várias estratégias: reforçar comportamento desejáveis (ignorar os indesejáveis), utilizar um tom de voz tranquilo mas firme e expressões enfáticas. É extremamente útil estabelecer contacto ocular com o aluno, para mostrar a este que lhe dá atenção.
Em relação à memória, uma das maneiras de auxiliar a memória do aluno é incentivar a utilização de palavras-chave, imagens, mnemónicas, agendas, etc.
Os alunos com DDAH têm a tendência para ler mal as perguntas, distribuir mal o tempo e frequentemente têm dificuldades na expressão escrita e na caligrafia. Necessitam de serem auxiliados a estudar, a tirar apontamentos, resumir, sublinhar, ler perguntas com cuidado, estruturar respostas e distribuir bem o tempo.
Em termo de avaliação, estes alunos tendem a ser muito negativos e não acreditam nos elogios que os professores e colegas possam fazer deles.
O grande problema é que o aluno não tem um grande rendimento, apesar da sua capacidade intelectual. Assim, algumas adaptações no sistema de avaliações do professor devem ser feitas, como ter mais tempo para os testes, facilitar que alguém possa ler as perguntas ou as escreva ou permitir o acesso a computadores ou mesmo a gravações. É importante que o aluno vá tendo provas dos seus progressos.
Uma vez que a DDAH se associa frequentemente a dificuldades específicas da aprendizagem, muitos alunos necessitam de apoio a nível das competências de leitura, escrita, matemática e linguagem. Contudo, não se deve sobrecarregá-lo com actividades académicas que podem aumentar a sua noção de fracasso e permitira o acesso a outros tipos de actividades extracurriculares.
É bastante importante reter que o aluno com DDAH precisa de se movimentar. Assim, convém dar ao aluno tarefas que impliquem actividade motora.

1 comentários:

ora 16 de junho de 2010 às 07:32  

Gostaria também de alertar para outras patologias que podem desencadear comportamentos idêndicos aos da Hiperactividade com Deficite de Atenção. São patologias muito menos conhecidas e por isso a importância e a visibilidade que lhes é dada é muito menor. Entre outras encontra-se o Sindrome das Pernas Inquietas e o Sindrome Movimentos Periódicos dos Membros que são patologias do foro neurológico que implicam graves alterações do sono, atenção e memória. Fico triste porque a minha filha e vossa aluna sempre foi vista como “perguiçosa, desatenta, desassosegada, provocadora e dessinteressada” por não conseguir durante a noite ter as várias fases de sono que seriam reparadoras e activariam os circuitos da memória ( a memória só é consolidada durante o sono) . Quando isto foi comunicado e explicado ao director de turma, ele desvalorizou e ainda se riu comentando que coisa era essa tão estranha de “pernas inquietas.

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